Bueno moçada, o 20 de setembro, tradicional data comerativa do calendário gaúcho passou e eu acabei por não postar nem uma nota alusiva a este dia.
Aos que não sabem, o 20 de setembro é o dia onde se comemora a Revolução Farroupilha, ou ainda conhecida como Guerra dos Farrapos.
Aproveitando o embalo do assunto e retomando ainda uma série sobre os artistas desta terra, hoje vou postar duas letras de um artista terrunho, que traz consigo o xucrismo da lida campeira, o nosso bagual Mano Lima.
Este homem nascido em 26 de agosto de 1953, na cidade de Itaqui, usa em suas músicas muita irreverência e um linguajar próprio do homem do interior gaúcho. Entonces, peço aos amigos atenção a estas letras, de um filósofo campeiro, como ele mesmo diz: Sou tipo pintura moderna, são poucos que me entendem.
O Lobisomem do Arvoredo
Todo mundo tinha medo
Foi meu pai que me contou
Que uma vez ele posou e se encontrou com a bicharedo
Sexta-feira lua cheia,
E ele posou lá sózinho
De repente viu uma sombra,
Pois era a Lobisoma com seis lobisominhos.
A Lobisoma bem tetuda
Tava dando de mamá
Ele saiu de mansinho e pegou o Lobisominho
E trouxe pra criar
Ele pegou o Lobisomem
E trouxe pra criar guacho
Hoje o bicho tá famoso, tá vivendo pelo povo
E toca Gaita de 8 baixo
Hoje o bicho tá famoso
Na profissão até já tem nome
Ele é uma baita de uma rima ele se chama Mano Lima,
é o rei do Lobisomem
Muiézinha incomodativa igual a minha ninguém tem...
Não se dá com mais ninguém,
Já brigou com a vizinhança
E o prazer da vida dela,
É dá-le pau nas minhas Crianças...
Joga carta, fuma e bebe e anda sempre bem pintada,
A risada debochada ´é tarada por lambança
Já perdeu toda confiança,
E Não me vale quase nada...
Brigou com o pai e a mãe, com meus irmãos e com a cunhada
É a Mulher mais desgraçada que esse mundo já pariu
Quando sai leva as cobertas,
Pro véinho passar frio...
Nunca vi coisa mais ruim
Pior que corcove de Mula
Em cima da cama Pula e não deixa o véinho durmi
E de Meia em Meia Hora
Levanta pra faze xixi...